quarta-feira, 2 de abril de 2008

Parque Estadual de Intervales

Este paraíso quase intocado em meio à Mata Atlântica é um convite para se esquecer do resto do mundo


Natureza... Beleza! É o que você irá encontrar neste belíssimo Parque Estadual localizado na Serra de Paranapiacaba, Estado de São Paulo. Sua área, de 42 mil hectares encontra-se entre os vales dos Rios Paranapanema e Ribeira do Iguape. Suas cachoeiras, cavernas, trilhas e florestas envolvem os municípios de Ribeirão Grande, Guapiara, Eldorado Paulista, Sete Barras e Iporanga, em um grande laço de respeito, preservação e conservação.

Objetivo
O objetivo do Parque Estadual de Intervales é a pesquisa científica (o parque possui uma sede só para pesquisadores que queiram desenvolver seus projetos), a conservação, a educação ambiental e a visitação pública. Diariamente recebe visitas de escolas e amantes da natureza.

Proteção Legal

Desde o ano de 1984 o parque é considerado Zona de Vida Silvestre da APA da Serra do Mar; em 1992 tornou-se parte de zona núcleo da Reserva da Biosfera da Mata atlântica, também declarada Patrimônio da Humanidade pela UNESCO e, em 08 de junho de 1995, Intervales é denominado Parque Estadual.

Fauna e flora

Animais silvestres ameaçados de extinção, como a onça-pintada, a jacutinga e o mono-carvoeiro encontram no parque um esconderijo perfeito. À noite, capivaras podem ser encontradas próximas ao lago. Sapos, lobos-do-mato, lagartos e muitos outros bichos são vistos com freqüência. Definitivamente, somos formiguinhas neste imenso “tapete” de Mata Atlântica, enfeitado pelas mais diversas espécies da flora, em destaque para as orquídeas e bromélias, que descansam à sombra dos cedros, canelas e palmeiras-juçara.
Atrações
Cerca de 20 “roteiros”, entre cavernas, cachoeiras, grutas e trilhas de diferentes graus de dificuldade são apresentados pelos monitores, que conhecem cada centímetro da região. Em cada período (manhã e tarde) pode-se conhecer uma determinada atração e com certeza, viver grandes aventuras.

Cachoeira da Água Comprida – Para se chegar nesta cachoeira, são necessários 14 km de caminhada. Mas não se assuste, você pode fazer 12 km de carro e os outros dois restantes, a pé, dentro da mata. Ufa! Como não cansei muito, o resultado foi... águas congelantes! Para quem não está acostumado, dá até para sentir falta de ar embaixo da queda, de tão gelada. Sorte que estava sol. Após o desconforto inicial, não dava mais vontade de sair, pois a sensação de estar em contato com a natureza era muito boa...

Caverna Colorida – Das 54 cavernas que existem no parque, apenas 12 são utilizadas pelo Programa de Visitação Pública, para assim haja maior preservação e segurança das pessoas que as visitam. A Caverna Colorida é cheia de obstáculos, dá para se sentir um “Indiana Jones” escalando pedras gigantes, sempre com o maior cuidado para não danificar os espeleotemas. Alguns trechos são molhados, e a temperatura da caverna é sempre 18º graus, esteja no inverno ou no verão. As estalactites desta caverna apresentam variações de cor, daí o nome “Colorida”.

Cachoeira do Arcão – Uma hora de caminhada por uma trilha considerada difícil, vários “escorregões” pois estava chovendo... No caminho, barulho de passos, provavelmente era algum bicho de médio porte. Pegadas de onça e anta também podiam ser vistos na trilha, aumentando ainda mais a minha empolgação. Aranhas razoavelmente grandes enfeitavam as “paredes” da trilha, porém é melhor nem analisar muito estes detalhes para não desistir! Brincadeiras à parte, eis que surge a bela: a bela não, a Maravilhosa Cachoeira do Arcão. Alta, intensa... Lá no alto avistei o famoso arco, de pedra, foi emocionante. As águas jorravam com uma força indiscutível, e não dava para fazer outra coisa além de admirar aquela beleza. Fiz o mesmo caminho de volta sorrindo, por ter tido a oportunidade de presenciar este espetáculo da natureza.

Caverna dos Paiva - 3,5 km de pura caverna, porém, apenas 1,5 km podia ser visitado. A maior caverna do parque era, em geral, molhada. Algumas vezes, a água chegava até a cintura. No percurso, “pérolas” formadas pela água que escorre das estalactites. Algo impressionante de se ver. Morcegos podiam ser avistados lá no alto. A forma que as pedras se posicionavam era intrigante, e quando apagávamos todas as lanternas, podíamos sentir como era aquela escuridão, mesmo sendo três horas da tarde. Pensar que jamais alguém conseguiria sair de lá de dentro sem um guia me assustou, mas a adrenalina me fez ficar com saudades quando acabou. Voltei para a trilha e me refresquei em um rio de águas cristalinas.


Cachoeira do Mirante – O caminho era mais leve, dava para apreciar as flores, árvores e pássaros enquanto andava. Encontrei até um simpático caramujo, que talvez estivesse querendo banhar-se e refrescar-se, curtindo aquele sol de primavera... Em cerca de 40 minutos estava eu lá, frente a frente com aquela linda cachoeira, onde permaneci por algum tempo relaxando e sentindo suas águas revigorarem a minha alma. Quanto ao caramujo, bem... ele havia “deslizado” alguns centímetros! Antes de retornar para minha rotina, me despedi dos monitores, grandes conhecedores daquela mata selvagem e intocada, que acompanham todos os visitantes esclarecendo todas as dúvidas (as minhas, que não foram poucas) e sempre enfatizando a idéia da preservação e conservação, pois só assim teremos, todos e por muitos anos, aquele paraíso para apreciar.

Infra-estrutura
Dentro no parque existem os alojamentos, que são pousadas com nomes de bichos. Fiquei na Pousada Capivara, isolada de tudo e de todos, já que quando fui não havia nenhum hóspede nesta pousada, apenas nas outras, como a Onça-Pintada, mais próxima do restaurante. Espere isolamento total, já que a única infra-estrutura das pousadas são luz e chuveiro quente. Não há televisão, frigobar, serviço de lavanderia, telefone, nem a possibilidade de fazer comida nas hospedarias. Sujou a roupa (olha que suja mesmo!), tem que lavar no chuveiro e torcer para fazer sol, ou então levar várias calças, várias camisetas, uns três pares de tênis antiderrapantes e muitas meias. Há um restaurante muito bom, com café da manhã, almoço e janta pagos à parte. É servido comida à vontade, típica mineira. Não há área de camping. Para se divertir, piscina de água natural, parque infantil, quadra de esporte, campo de futebol, quiosques e churrasqueiras.

O que levar
Repelente, lanterna, protetor solar, boné, roupa de banho, tênis ou botas confortáveis, calças, camisetas e meias, agasalhos (lembrando que você vai trocar de roupa várias vezes), capa de chuva, um cobertor extra se estiver muito frio (as hospedarias oferecem roupa de cama, banho e cobertores), medicamentos pessoais, uma pequena mochila, protetores para máquinas fotográficas, pilhas e filmes extras, ou carregador.

Como chegar
Partindo de São Paulo, são cerca de 270 km até a sede do Parque. O melhor acesso se dá pela Rodovia Castelo Branco (SP 280) até Tatuí, depois pela Rodovia SP127 até Capão Bonito e pela Rodovia SP 181 até Ribeirão Grande, onde são encontradas placas indicativas. A partir daí, são 25 km de estrada de terra, bem conservada, até a entrada do Parque.(Fonte: site oficial – Fundação Florestal)

Atenção!
Na ida: Abasteça suficientemente seu carro, pois, no parque, muitas vezes ele será utilizado. Não há postos próximos, a dica é abastecer pela última vez em Capão Bonito. Há muitos pedágios vindo de São Paulo. Para fazer ligações dentro do parque, caso seu celular não funcione (o que é muito provável), a recepção se disponibiliza a fazer chamadas a cobrar. Na volta: há caixas eletrônicos na cidade de Itapetininga.

Para maiores informações e reservas:
Em Ribeirão Grande - (15) 3542-1511 e 3542-1245Em São Paulo - (11) 6997 –5000
E-mails:
intervales@fflorestal.sp.gov.br conservacaoambiental@fflorestal.sp.gov.br
Obs: Faça suas reservas com muita antecedência, principalmente em épocas de feriados.
Site: www.fflorestal.sp.gov.br
Se você é pesquisador, e deseja desenvolver um projeto na sede do parque, entre em contato através do e-mail: pesquisaintervales@fflorestal.sp.gov.br

Fotos: Polyana Ivie Agnello Bocalon

Por Polyana Ivie Agnello Bocalon

Nenhum comentário: